quarta-feira, 30 de junho de 2010

O PASSO



“Quem aprende se apropria não apenas do conhecimento, mas também do processo pelo qual adquiriu o conhecimento. Quem aprende sabe exatamente como aprendeu. Assim, imediatamente, como se fosse tudo uma coisa só, quem aprende pode em seguida ensinar”. Prof. Lucas Ciavatta

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Vídeo: "Rafinha" - Refletindo sobre o conhecimento e a tecnologia como seu instrumento.


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Refletindo sobre o conhecimento e a tecnologia como seu instrumento.


A grande questão envolvendo as TICs está em torno não de como usar as tecnologias em sala de aula, no processo ensino-aprendizagem, mas como manter os propósitos da educação e a constante superação dos desafios impostos pela realidade usando como meio as tecnologias disponíveis e as que fazem parte do cotidiano das pessoas. Desta forma a intenção aqui não é aprender a usar equipamentos tecnológicos na educação, mais usar os recursos que a tecnologia nos oferece para aumentar a capacidade de apreender os conhecimentos.
A tecnologia é cada vez mais uma presença em nossas vidas, ao ponto que alguns autores afirmam que nossa sociedade, nos dias de hoje, pode ser qualificada como uma “sociedade tecnológica”. Como o professor deve buscar ser um individuo que reflete a sua prática confrontando com a realidade, esse dado da tecnologia não pode ser ignorado, pois estaríamos fadados a práticas de ensino totalmente desligado da vida.
O ambiente escolar está se tornando muito diferente de outros tempos em que a importância do estudo era mais acentuada, as relações eram mais harmônicas com os papeis e as hierarquias bem definidas e mais respeitadas. Hoje os problemas que se agravaram na sociedade refletem na escola com muito mais força, interferindo de forma contundente no processo ensino-aprendizagem. Agora é o momento da releitura da realidade em que vivemos. Uma grande questão é colocada: como criar incentivos para que os alunos possam perceber a escola como espaço de desenvolvimento de conhecimento.
Temos que pensar aqui na formação dos docentes. Quantos realmente têm uma ação como fruto da reflexão de sua prática em sala de aula. Temos que ser professores reflexivos que sempre põem em questão o que acontece em sala de aula no sentido da produção de conhecimento. Temos então que pensar numa “formação continuada”, ou seja, que a aprendizagem deve ser algo praticado durante toda a vida. O docente que pensa assim já está dando um grande passo. Parece óbvio, mas será que é para todos?
Para tanto temos que olhar para o aspecto prazeroso da educação, pois facilita a questão da continuidade. Relacionar os conhecimentos com a vida dos aprendizes pode ser um grande passo para isso. Dar conta da experiência de vida e o conhecimento acumulado de cada um, colocando em relação com o que se é estudado, desafiando os alunos a resolver problemas, ou a construir caminhos, leva a uma verdadeira aprendizagem e a construção do conhecimento. Interagindo com a vida dos alunos é possível verificar o conhecimento, produzido na relação com os atores do processo ensino-aprendizagem e suas realidades de vida. Realidade–vida, acrescido de conhecimento pessoal acumulado, mais desafios e problemas a serem vencidos, somados a uma postura reflexiva da prática (em grupo, diálogo), mais a busca de recursos para avançar, nos leva a construção do conhecimento. A constatação do resultado é prazerosa, pois a pessoa que passa por todo esse processo se sente bem, nota que cresceu, percebe que ela pode ser um sujeito ativo na sua própria aprendizagem, segura a caneta na mão na hora de “escrever a sua história”. Isso tudo respeitando as proporções e a consciência dos indivíduos no processo pessoal, gratifica muito. Refletindo a aprendizagem do conhecimento desta forma, dá para entender como se torna importante para as pessoas a aprendizagem continuada. Quem vive essa realidade sempre vai buscar aprender mais e mais e mais... A pessoa sempre vai querer interagir com as coisas os indivíduos, a vida, o mundo. Vivemos numa “sociedade do conhecimento”.
Mas, como a tecnologia entra aí? Claro, em nossas vidas já utilizamos muitas tecnologias. Aliás, sempre as utilizamos. Entretanto, hoje, a tecnologia age intensamente em nossas vidas. Estamos cercados por todos os lados pela tecnologia, ou seja, ela faz parte de nossa realidade. A questão é utilizar as tecnologias presentes em nossas relações de vida aproveitando o máximo possível como instrumento que nos ajude na construção do conhecimento, pois ela facilita o nosso cotidiano. Temos que buscar a facilidade também para a produção do conhecimento. Isso é muito gratificante e prazeroso. Lembremos que citamos o diálogo como fator importante para que ocorra a aprendizagem. Dialogar significa estabelecer relações com outras pessoas. Nessas relações colocamos a prova do outro aquilo que pensamos e afirmamos. Os outros emitem opiniões sobre o que expomos. Nessa relação que estabeleço o meu pensamento evolui, absorvo o que os outros me dizem e acrescento ao meu raciocínio. O meu conhecimento evolui. A tecnologia se encaixa na capacidade que ela nos proporciona de estabelecer relações mais amplas, ou seja, uma rede de relações (Internet). Esta rede motiva o diálogo e a troca de experiência e informação sobre as coisas. A utilização da tecnologia deve ser uma das portas que nos leva a se relacionar com as coisas, às pessoas e o mundo. Como ela já faz parte de nossas vidas e nos facilita no cotidiano, utilizá-la na produção de conhecimento é algo altamente interessante e atrativo.
Pensando em todo avanço tecnológico em que vivemos hoje, especialmente “computador, as tecnologias digitais e a Internet”, vemos o potencial revolucionário que elas apresentam, pois nesse espaço a criatividade humana fica livre de muitas amarras, o que proporciona um reinventar de muitas coisas e situações. Entretanto temos que tomar muito cuidado e ter atenção. Todo esse avanço tecnológico pode nos seduzir e impedir que tenhamos realmente um instrumento de transformação positiva, e formadora de homens dignos e comprometidos com o seu crescimento. Dependendo de quem domina os movimentos e a evolução da tecnologia, podemos nos vincular aos processos “não educativos” que nos tornam escravos e dependentes de tendências que não nos levam a produção de conhecimento. A “onda comercial” que prospera na sociedade pode desvirtuar plenamente as propostas pedagógicas. Gerando o consumo como principal meta, transformado tudo em produto, inclusive a educação. Trazendo assim, grandes riscos para a qualidade e para o tipo de formação dos alunos e a própria vida em sociedade. A Internet, por exemplo, é muito mais importante para educação como matéria prima de construção de conhecimento. É esse rumo que temos que preservar.
Está aí a grande importância de cultivarmos e preservamos esses tipos de reflexão. Temos que ser críticos e criativos e sempre construtores dos melhores valores para a humanidade. Devemos encarar as tecnologias com seriedade de forma a promover um diálogo constante sobre a qualidade de pesquisa que ela nos pode proporcionar, ajudando a construir um homem sujeito do seu conhecimento, que saiba interagir com o todo da sociedade. Queremos construir a sociedade do conhecimento, mas que seja digna desse nome.

sábado, 26 de junho de 2010

TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO


Comentava com uma colega de curso que no tempo que fiz a faculdade todos os nossos trabalhos eram feitos em Máquinas de Datilografia. Na minha juventude era exatamente datilografia o primeiro curso que fazíamos, pois em geral, qualquer serviço nos exigia tal habilidade. Inclusive, nos exames de seleção, ou concursos, sempre havia um momento onde eram avaliadas a rapidez e a destreza na atividade datilográfica.
Em fins da década de 80 e início de 90 é que o chamado PC começa a ser popularizado e com um valor mais acessível, mas neste momento poucos professores tinham condição de adquiri-los, pois o custo era muito alto para o tamanho de nossos salários.
Quando comecei minha carreira de professor consegui emprego em duas escolas particulares de Porto Alegre. Neste período residia no Rio Grande do Sul. Lembro-me dos desafios que enfrentávamos com relação à tecnologia, pois essas escolas atendiam uma clientela, a qual, a grande maioria dos alunos já tinha os seus computadores. Nós, entretanto, nem tínhamos, ainda, curso de digitação. Fora é claro o nosso velho curso de datilografia. Refletíamos que esses nossos alunos já acessavam uma tecnologia que para nós ainda estava distante. Como equacionar esta situação em sala de aula, principalmente no que diz respeito à linguagem, valores e expectativas de vida? Ensinávamos para uma elite que vivia numa dimensão tecnológica totalmente diferente da nossa.
Há 12 anos atrás voltei para o Estado do Rio numa situação econômica um pouco melhor, apesar de estar lecionando em escolas públicas. E em pouco tempo pude adquirir o meu computador e me interar desse novo universo informatizado. Até, pelo fato dos produtos além de mais evoluídos, estarem também mais diversificados e com um custo mais baixo para o consumidor.
Hoje posso afirmar que não vivo mais sem informática, tamanha a dependência que temos da tecnologia em nossas vidas. Celulares, televisores, automóveis, computadores, eletro-eletrônicos em geral, uma evolução extraordinária em tão pouco tempo. Diferente de nossas gerações, que quando nascemos não tínhamos tudo isso, nossos filhos nascem num mundo informatizado que nos faz até “tremer nas bases”. Como fica o lado humano da vida?
Para nós professores, fica a grande questão, como utilizar em sala de aula o avanço tecnológico do mundo atual de maneira que seja realmente educativo? Mas, uma educação que colabore com a formação da cidadania. Que ajude as pessoas a continuar acreditando no homem e em sua dignidade.
Observa-se aqui a importância de continuarmos sempre com o espírito de aprendizes e buscarmos a nossa capacitação, colocando a informática a serviço de uma sociedade e uma escola que formem cidadãos conscientes de seu papel de construtores de uma nova sociedade, mais justa, igualitária e tecnologicamente democrática e humana.