sábado, 26 de junho de 2010

TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO


Comentava com uma colega de curso que no tempo que fiz a faculdade todos os nossos trabalhos eram feitos em Máquinas de Datilografia. Na minha juventude era exatamente datilografia o primeiro curso que fazíamos, pois em geral, qualquer serviço nos exigia tal habilidade. Inclusive, nos exames de seleção, ou concursos, sempre havia um momento onde eram avaliadas a rapidez e a destreza na atividade datilográfica.
Em fins da década de 80 e início de 90 é que o chamado PC começa a ser popularizado e com um valor mais acessível, mas neste momento poucos professores tinham condição de adquiri-los, pois o custo era muito alto para o tamanho de nossos salários.
Quando comecei minha carreira de professor consegui emprego em duas escolas particulares de Porto Alegre. Neste período residia no Rio Grande do Sul. Lembro-me dos desafios que enfrentávamos com relação à tecnologia, pois essas escolas atendiam uma clientela, a qual, a grande maioria dos alunos já tinha os seus computadores. Nós, entretanto, nem tínhamos, ainda, curso de digitação. Fora é claro o nosso velho curso de datilografia. Refletíamos que esses nossos alunos já acessavam uma tecnologia que para nós ainda estava distante. Como equacionar esta situação em sala de aula, principalmente no que diz respeito à linguagem, valores e expectativas de vida? Ensinávamos para uma elite que vivia numa dimensão tecnológica totalmente diferente da nossa.
Há 12 anos atrás voltei para o Estado do Rio numa situação econômica um pouco melhor, apesar de estar lecionando em escolas públicas. E em pouco tempo pude adquirir o meu computador e me interar desse novo universo informatizado. Até, pelo fato dos produtos além de mais evoluídos, estarem também mais diversificados e com um custo mais baixo para o consumidor.
Hoje posso afirmar que não vivo mais sem informática, tamanha a dependência que temos da tecnologia em nossas vidas. Celulares, televisores, automóveis, computadores, eletro-eletrônicos em geral, uma evolução extraordinária em tão pouco tempo. Diferente de nossas gerações, que quando nascemos não tínhamos tudo isso, nossos filhos nascem num mundo informatizado que nos faz até “tremer nas bases”. Como fica o lado humano da vida?
Para nós professores, fica a grande questão, como utilizar em sala de aula o avanço tecnológico do mundo atual de maneira que seja realmente educativo? Mas, uma educação que colabore com a formação da cidadania. Que ajude as pessoas a continuar acreditando no homem e em sua dignidade.
Observa-se aqui a importância de continuarmos sempre com o espírito de aprendizes e buscarmos a nossa capacitação, colocando a informática a serviço de uma sociedade e uma escola que formem cidadãos conscientes de seu papel de construtores de uma nova sociedade, mais justa, igualitária e tecnologicamente democrática e humana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário